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Eudaimonia - O bem supremo

Antes de começarem a achar que vos estou a influenciar para um culto onde uso palavras difíceis, que fique claro, que sou o maior apologista de escrita fácil e concisa. Mas vejo-me obrigado a dar uso ao termo Eudaimonia.

“Eudaimonia? Isso não é um detergente?”

Apesar de conseguir perceber de onde vem essa ideia, infelizmente não. É “só” um conceito grego que se traduz em felicidade ou bem-estar.

E como não podia deixar de ser, os meus filósofos favoritos, os estóicos, tinham uma maneira particular de atingir esse estado:

Viver de acordo com a Natureza.

Compreendo que essa frase tenha muitas interpretaçōes. Desde não poluir, abraçar árvores, ou até não tomar vacinas. Mas Epícteto tem uma passagem que me ajuda a eliminar algumas duvidas.

“Então, o que é um Homem? Um animal racional, sujeito à morte. (…) Atente-se e não faça nada como uma fera, senão destruirá o Homem que há em si. (…) Atente-se e não haja como uma ovelha, porque assim o Homem em si perece.

Pergunta como agimos como ovelhas?

Quando consultamos a barriga ou as nossas paixões, quando as nossas ações são aleatórias ou obscenas ou irrefletidas, não estamos a ser ovelhas? O que destruímos? A faculdade da razão. Quando as nossas ações são agressivas, prejudiciais, irritadas e grosseiras, não decaímos e nos tornamos animais selvagens?”

Viver de acordo com a Natureza é então interpretado como: Viver de acordo com a Natureza Humana. Não como ovelhas ou selvagens, mas sim como Humanos.

Para finalizar o pontapé de canto de Epícteto, Seneca na quinta carta a Lucilius escreve:

“O nosso lema é, como sabe, “viver de acordo com a natureza” mas é bastante contrário à natureza torturar o corpo, odiar a elegância espontânea, ser sujo de propósito, comer comida que não é somente simples”

Seneca está a afirmar que os homens foram desenhados pela Natureza a ter desejos. Incluindo coisas como saúde, segurança ou um sentido de comunidade. Não, sermos eremitas que têm uma dieta de raios de sol e água da chuva.

Claro que temos desejos. Foi assim que a nossa raça chegou onde está.

Mas como já falei há duas semanas, é necessário alinhar os nossos desejos com a virtude da temperança. Moderação e controlo é o que nos distingue dos animais.

Só assim nos conseguimos focar na nossa real Natureza, viver uma vida virtuosa, e alcançar a Eudaimonia.

“Sou humano, nada do que é humano me é estranho.” - Terêncio

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